Há temas das história do mundo, do passado séc XX, que me incomodam profundamente (como acredito que aconteça à maioria das pessoas). O período negro da 2ª Guerra Mundial e todo o movimento de extermínio de judeus, ciganos, homossexuais, feitos pelo regime nazi alemão é dos mais perturbantes, de tal forma que há filmes que não consegui ver na sua totalidade, como "O Pianista", de Roman Polanski, baseado em factos verídicos e tendo até o próprio cineasta vivido em criança no guetto de Varsóvia, de tão má memória.
Já há uns meses, a fazermos zapping, descobrimos o filme que tem por base o livro do título do post, "Elle s'Appelait Sarah", cuja edição portuguesa se intitula "A Chave de Sarah", embora o filme se chame "O seu nome era Sarah", com Kirstin Scott Thomas no elenco, de quem somos fãs e rapidamente ficámos colados ao ecrã; desta vez consegui resistir e ver o filme até ao fim. A história passa-se em dois tempos, 1942 e a actualidade.
O período de 1942 relata os factos verídicos ocorridos nesse ano em que foi montada uma operação de captura de todos os judeus existentes na grande Paris por parte das autoridades francesas a mando do Marechal Pétain, e com a posterior entrega dessas pessoas aos alemães, que os irão levar para campos de concentração. O período da actualidade trata da investigação feita por uma jornalista (Kirstin Scott Thomas, no filme), desse momento negro da história de França.
E se alguém duvida destes acontecimentos ainda, devia ler este e outros livros sobre o assunto ou ver alguns dos documentários que por vezes passam nos nossos canais, especialmente na "RTP 2".
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"De 1942 a 1944, mais de 11.000 crianças foram deportadas de França pelos nazis com a participação activa do governo de Vichy e assassinados nos campos da morte por terem nascido judeus. Mais de 500 destas crianças viviam no 3éme (bairro de Paris). Muitos deles frequentaram as Escolas Elementares Filles et Garçons PD. de Beranger.
Não os esqueçamos nunca" |
Descobri Tatiana de Rosnay num programa literário francês em que ela apresentava o seu livro "Manderley Forever", a biografia de Daphne du Maurier, uma das minhas escritoras favoritas, autora entre outros de "Rebecca" e "Pousada da Jamaica".
Tatiana de Rosnay e Mélusine Mayance (a intérprete da "Sarah" no filme)