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quinta-feira, 17 de março de 2016

Terminal de Aeroporto**


Se, por qualquer motivo que seja, alguma vez estiveram numa situação em que os sons à vossa volta e os sinais (sobretudo os caracteres alfabéticos) vos fossem completamente estranhos e se sentissem isolados do mundo, então pode começar por aí a vossa empatia com o Viktor Navorsky (Tom Hanks) que, devido a uma falha no sistema burocrático, fica “encalhado” no aeroporto JFK ao chegar à América, vindo da fictícia Krapozia (qualquer país do Leste Europeu em ebulição). O filme está a passar de novo num dos canais de cabo e vale sempre a pena ser visto.

(Eu senti-me isolada por horas, enquanto esperava pelo avião para Lisboa no aeroporto de Schipol, em Amesterdão, porque muito do que escutava à minha volta me era completamente estranho.)

Imagine-se então que, devido a uma falha no sistema e a um funcionário dos serviços de entrada no país, zeloso do seu posto e da sua subida na carreira (um fantástico Stanley Tucci, com um papel de primeira linha, após muitos anos como eterno secundário), ficava encalhado num aeroporto (o JFK, com um extraordinário movimento de aviões e passageiros, uma das maiores portas de entrada para os Estados Unidos).
Que fazer?


Viktor Navorski (Tom Hanks, como já foi referido) tem que sobreviver num ambiente que lhe é, de início, completamente estranho e adaptar-se a viver na Zona Internacional do Aeroporto, a única área a que tem acesso, até que lhe seja possível, de novo, regressar ao seu país ou cumprir o seu objectivo e entrar na Big Apple.


Steven Spielberg consegue construir uma história credível que nos faz rir e nos emociona, sem nunca raiar o ridículo.

O filme é Viktor Navorski, o seu modo de olhar o mundo e relacionar-se com as pessoas. Cria laços com quem trabalha num ambiente hostil (todos tentam manter um distanciamento de todos os outros e não se deixar envolver emocionalmente); veja-se o seu papel de Cupido entre a Agente Torres (Zoe Saldana) e Henrique (Diego Luna).

Através dele se descobre que ninguém presta atenção, nunca, aos sinais de aviso no aeroporto. O “Wet Floor” (chão molhado) é o aviso que permite a Gupta (Kumar Pallana), um dos amigos que conquista, divertir-se nas pausas de descanso após lavar o chão do aeroporto, vendo escorregar todos os que passam.


É esse mesmo “Wet Floor” que permite a Viktor conhecer e encantar-se com Amélia (a belíssima Catherine Zeta-Jones), a hospedeira em constante passagem, sendo este aviso ainda o que lhe permite, mais tarde, evoluir na relação de ambos.

Uma intrigante lata de amendoins mantém todos os que travam conhecimento com Viktor interessados, mas apenas a Amélia será dada a chave de toda a história.


A imagem de Frank Capra ronda a película de Steven Spielberg tão intensamente que até lhe poderíamos dar o subtítulo de “Do Céu Caiu Viktor Navorsky”.

Notas:

Realizador: Steven Spielberg / Origem: EUA / Ano: 2004 / Duração: 128 min

Actores: Tom Hanks, Catherine Zeta-Jones, Stanley Tucci, Chi McBride, Zoe Saldana, Diego Luna, Kumar Pallana

6 comentários:

  1. Um filme magnifico de Steven Spielberg com um Tom Hawks no seu melhor e um inesquecível Stanley Tucci.
    Beijinhos

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  2. Este e já vi e é um filme muito, muito bom!! =)
    Beijinhos

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  3. É daqueles filmes que não me canso de ver.
    Ainda esta semana (ou terá já sido na outra?) deu e lá estive eu a ver. "Não vimos já este filmes?" pergunta o Mulo. Claro que sim, fomos vê-lo ao cinema, e já o vimos na TV umas 10 vezes no mínimo! ahahaha
    Lindo!

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  4. Obrigada aos três pela visita. Eis um filme que reune consensos. Todos gostamos e já o revimos :-)

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  5. Vi este filme, e achei uma verdadeira realidade.
    Vê-lo-ia de novo.

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